Você já se perguntou quais são as estruturas ósseas que compõem o crânio humano e qual a importância delas? Pois bem, a partir de agora, vamos guiar você por essa descoberta! Antes de iniciarmos, é essencial entender que o crânio é dividido em duas grandes partes: o neurocrânio e o viscerocrânio.
O neurocrânio tem a função crucial de abrigar e proteger o cérebro, além dos órgãos sensoriais associados. Ele é constituído por oito ossos — um frontal, dois parietais, dois temporais, um occipital, um esfenóide e um etmóide. Esses ossos são planos e irregulares, e estão conectados por suturas, que são junções firmes que ajudam na proteção cerebral.
Por outro lado, o viscerocrânio forma a parte facial do crânio, onde se localizam os órgãos dos sentidos e os inícios dos sistemas digestório e respiratório. Esta parte é composta por 14 ossos: uma mandíbula, duas maxilas, dois zigomáticos, dois palatinos, dois nasais, duas conchas nasais inferiores, dois lacrimais e um vômer.
Agora que temos esse entendimento básico, vamos explorar cada uma dessas estruturas com mais detalhes.
1. Osso frontal

O osso frontal, especialmente sua parte plana, é o mais anterior do neurocrânio. Ele se articula inferiormente com os ossos nasal e zigomático. Além disso, o osso frontal é classificado como um osso pneumático. Em alguns adultos pode-se ver uma sutura frontal (sutura metópica) persistente ou remanescente, na linha mediana da glabela. A sutura frontal divide os ossos frontais do crânio fetal. A interseção dos ossos frontal e nasal é o násio que é um dos muitos pontos craniométricos radiológicos usados para medir, comparar e descrever a topografia do crânio. O osso frontal também se articula com o lacrimal, o etmóide e o esfenóide. Sua parte orbital forma o teto da órbita e uma porção do assoalho da parte anterior da cavidade do crânio. Ademais, o osso frontal pode ser dividido em três partes principais: a parte escamosa, a parte orbitária e a parte nasal.

Vista anterior do osso frontal
2. Osso parietal

O osso parietal é um osso par, plano e de formato quadrangular, que se articula com o osso parietal oposto através da sutura sagital, situada ao longo da linha média do crânio. Além disso, o osso parietal se conecta com o osso occipital, o osso frontal, os ossos temporais e o osso esfenoide, formando importantes articulações cranianas. Internamente, o osso parietal possui sulcos que acomodam vasos sanguíneos essenciais, como o sulco da artéria meníngea média, que contribui para a vascularização da parte posterior do crânio, o sulco do seio sigmoide e o sulco do seio sagital superior, que permitem a passagem de veias emissárias por meio dos forames emissários correspondentes, garantindo a drenagem venosa do crânio.
Vista lateral do osso parietal

Vista lateral esquerda do crânio

Vista medial do osso parietal
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Vista posterior do crânio
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3. Osso temporal

O osso temporal é uma estrutura em forma de leque localizada nas laterais do crânio, desenvolvendo-se a partir da fusão de três segmentos distintos, que podem ser identificados separadamente durante o período fetal. Didaticamente, é classificado como irregular e é dividido em três partes: a parte escamosa, timpânica e petrosa. Cada uma dessas partes desempenha um papel crucial na estrutura e na funcionalidade do crânio, contribuindo para a proteção do cérebro e suportando estruturas auditivas e articulares importantes
Vista lateral do osso temporal

Vista medial do osso temporal

4. Osso esfenoide

O osso esfenoide é descrito em muitos livros de anatomia como tendo um formato semelhante a uma borboleta ou a um morcego. Classificado como um osso pneumático, ímpar e irregular, está localizado na região média da base do crânio, anteriormente aos ossos temporais e à porção basilar do osso occipital. Este osso é constituído por um corpo e três pares de processos: asa maior, asa menor e processo pterigoide. No corpo do esfenoide encontra-se um dos seios paranasais, o seio esfenoidal. Quando se une ao osso frontal, o osso esfenoide delimita a fissura orbital superior e a fissura orbital inferior.
Vista anterior do osso esfenoide

Vista posterior do osso esfenoide

5. Osso occipital

O osso occipital é classificado como plano, formado por ossificação mista, especificamente pela fusão de quatro elementos endocondrais e um elemento membranoso. Este osso está situado na porção mais posterior do crânio, articulando-se com os ossos temporais anterolateralmente, parietais superiormente e esfenoide anteriormente. Na região anterior desse osso, encontra-se a sincondrose esfeno-occipital, uma região cartilaginosa que permite o crescimento anteroposterior do crânio e que se ossifica por volta dos 16 a 20 anos de idade.
Vista anterior do osso occipital

Vista inferior do osso occipital

6. Osso maxila

O osso maxila é um osso par, pneumático e irregular, cuja formação se dá através da ossificação intramembranosa, apresentando, portanto, partes planas, mas também irregulares. Forma junto com outras estruturas anatômicas, a região maxilar.
Esse osso é muito importante para a configuração facial, uma vez que ele forma a maior parte do esqueleto facial superior, completa o ádito da órbita ocular, fazendo o contorno médio-inferior. Além disso, forma também a parede inferior (assoalho) do ádito da órbita com sua face orbital.
Outra íntima relação da maxila com a face é o contorno ínferolateral que ele faz na abertura piriforme.
Dentre as mais diversas funções da maxila, tem-se a fixação e abrigo da arcada dentária superior como a principal delas. Entretanto é válido ressaltar que a maxila desempenha função protetora, fonética com seus grandes seios paranasais e estrutural.
Vista anterior do osso maxila

Vista posterolateral do osso maxila

7. Osso mandíbula

A mandíbula é classificada como um osso irregular, pertence ao viscerocrânio e é um importante componente, pois se articula com o neurocrânio para formar a articulação temporomandibular. Ela possui um processo alveolar que sustenta a arcada dentária inferior. Nela também estão inseridos diversos músculos essenciais para a mastigação.
A mandíbula é dividida em duas grandes porções: a parte horizontal, denominada corpo, e a parte vertical, o ramo. Entre o corpo e o ramo, situa-se o ângulo da mandíbula, que é um ponto de inserção para o músculo masseter na face vestibular e para o músculo pterigóide medial na face medial.
VISTA ANTERIOR DA MANDIBULA
VISTA LATERAL DA MANDIBULA
VISTA POSTERIOR DA MANDIBULA

8. Osso vômer

O osso vômer é classificado como um osso plano e ímpar, com forma de lâmina, que compõe a parte posterior do septo ósseo, separando as cavidades nasais. Está situado na linha mediana. Articula-se pela sua margem ântero-superior com o etmoide, embaixo com os ossos palatinos e maxilas e pela margem póstero-superior com o esfenoide. Sua margem póstero-inferior fica livre e não se articula com outros ossos.
VISTA LATERAL DO OSSO VÔMER
9. Osso nasal

Os ossos nasais são pequenos, simétricos (forma de quadrado) e classificados como irregulares, encontram-se no viscerocrânio, e constituem a parte superior do dorso do nariz, com seus limites superiores e corpos. Sendo assim, localizados no eixo do esqueleto facial, na região média superior.
O osso nasal apresenta conexões com outros três ossos da face: frontal, etmoide e maxilas. São conectados por articulações de tecido conjuntivo denso, chamadas de suturas.
VISTA ANTERIOR DE PARTE DOS OSSOS DA CABEÇA - OSSOS NASAIS

10. Osso zigomático

Encontra-se encaixado entre o neurocrânio e o viscerocrânio, unido lateralmente a maxila, por meio do processo zigomático. Juntamente deste e do processo zigomático do temporal formam o arco zigomático (maçã do rosto), importante para a aparência da bochecha.
O zigomático é um osso bilateral, um de cada lado do crânio, sendo irregulares, semelhante a um quadrado levemente achatado. Além disso, constitui a porção lateral inferior da órbita ocular e atua como ponto de ancoragem do músculo masseter. As três faces que constituem o osso zigomático são a malar, lateral e orbital.
VISTA ANTERIOR DO OSSO ZIGOMÁTICO

VISTA ANTERIOR DE PARTE DOS OSSOS DA CABEÇA - OSSOS ZIGOMÁTICOS
VISTA POSTERIOR DO OSSO ZIGOM

VISTA LATERAL ESQUERDA DE PARTE DOS OSSOS DA CABEÇA - OSSOS ZIGOMÁTICOS
Atenção! Apesar do forame zigomático facial não aparecer na imagem, ele existe e está localizado abaixo e lateralmente a margem infraorbital do zigomático.
11. Osso etmoide

O etmoide é um osso pneumático, presente no viscerocrânio e que se encontra na região medial do crânio. Está presente anteriormente ao esfenoide e posteriormente aos ossos nasais. O etmoide forma parte da porção anterior do assoalho craniano, a parede medial das órbitas, a parte superior do septo nasal, e a maior parte das paredes laterais superiores da cavidade nasal. O etmoide possui 3 partes: uma placa perpendicular, dois labirintos etmoidais e uma placa cribriforme.
VISTA ANTERIOR DE PARTE DOS OSSOS DA CABEÇA - OSSO ETMOIDE
VISTA SÚPERO LATERAL DIREITA DE PARTE DOS OSSOS DA CABEÇA - OSSO ETMOIDE
12. Ossos palatino e palato

Os palatinos são pequenos ossos irregulares que se articulam com a margem posterior da maxila, aparentando-se ao prolongamento posterior desta; insere-se também na formação do palato duro e das cavidades nasal e orbital. Existe um osso palatino em cada uma das paredes laterais da cavidade nasal e cada um deles é estruturado por uma lâmina perpendicular e uma lâmina horizontal. Esse osso tem um formato de L e se encontra entre o esfenoide e a maxila. O osso palatino além de articular com o palatino do lado oposto, articula-se com a maxila, vômer, etmoide, esfenoide e concha nasal inferior.
VISTA INFERIOR DOS OSSOS DA CABEÇA- OSSOS PALATINO E PALATO
13. Osso lacrimal

O osso lacrimal é um dos ossos pares e irregulares da face, sendo o menor e mais delicado entre eles. Trata-se de uma fina lâmina óssea de forma quadrangular, localizada na porção anteromedial da cavidade orbital. Articula-se com os ossos maxilar, etmoide e frontal. Na sua porção medial, encontra-se o canal lacrimal; superiormente, articula-se com o osso frontal; e na parte posterior, apresenta o gancho lacrimal da órbita. Na região anteroinferior do osso lacrimal, localiza-se a fossa lacrimal, que será

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