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         O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Forma partes do esqueleto onde é necessária maior flexibilidade ou maior mobilidade. Para aprofundar o estudo sobre esse tipo de tecido clique no botão a seguir.

1. Classificações

       Articulação é o ponto de contato entre dois ossos, um osso e cartilagem ou entre osso e dentes e estas ainda podem ser divididas quanto a classificação funcional ou anatômica.

Classificação funcional

      É uma classificação baseada na quantidade de movimento que a articulação permite.

  • Sinartrose: uma articulação imóvel ou praticamente imóvel.

  • Anfiartrose: uma articulação semimóvel.

  • Diartrose: uma articulação com liberdade de movimento.

Classificação anatômica

         É uma classificação baseada no tipo de material interposto entre as partes que se articulam.

  • Articulações fibrosas: possuem massas de tecido conjuntivo propriamente dito denso não modelado entre as partes que se articulam. Esse tipo de articulação é praticamente imóvel e, portanto, a maioria são sinartroses. Existem algumas exceções como as articulações formadas pelas membranas interósseas (sindesmoses).

  • Articulações cartilagíneas: possuem tecido cartilagíneo dentre as partes ósseas. Esse tipo de articulação possui um pouco de movimento, porém, limitado e, portanto, a maioria são anfiartroses. As exceções aqui são os discos epifisários que não permitem movimentação entre a epífise e a diáfise.

  • Articulações sinoviais: possuem uma cavidade lubrificada (cavidade articular) pelo líquido sinovial entre as partes ósseas. O líquido permite o deslizamento entre as partes que se articulam e, dessa forma, vários tipos e amplitudes de movimentos, sendo classificadas também de diartroses quanto à função.

       Além disso, existem subclassificações anatômicas das articulações tais quais:

1.1. Articulações fibrosas

         1.1.1. SUTURAS

       

         Nas suturas as extremidades dos ossos têm sulcos, que são unidos por pequena quantidade de fibras de tecido conjuntivo propriamente dito denso. Consequentemente, as fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre os ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos da cabeça. Na maturidade, grande parte das fibras da sutura começam a ser substituídas completamente, fundindo-se. Esta condição é chamada de sinostose, porém, nesse caso é um processo fisiológico decorrente do envelhecimento (OBS. existem processos de sinostose patológicos, como na fusão precoce das suturas durante a infância e na espondilite anquilosante). Durante o desenvolvimento fetal, temos dois ossos frontais, os quais se fundem para formar um osso único antes mesmo do nascimento. Esse processo de sinostose também é fisiológico, porém, em algumas pessoas a sutura entre os ossos frontais fetais pode ser persistente (não ocorre sinostose) e é denominada de sutura metópica ou interfrontal.

VISTA LATERAL DIREITA DA CABEÇA
- EXEMPLOS DE SUTURAS -
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VISTA SUPERIOR DA CABEÇA
- EXEMPLOS DE SUTURAS -
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FONTÍCULOS E SUAS RELAÇÕES COM AS SUTURAS
VISTA POSTEROLATERAL DIREITA
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VISTA POSTERIOR
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VISTA ANTERIOR
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VISTA SUPERIOR
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      O crânio e a clavícula têm uma característica exclusiva durante a ossificação, enquanto em todos os outros ossos do corpo ela se dá do tipo endocondral, nesses ossos é do tipo intramembranosa. Dessa forma, no crânio do feto e durante a primeira infância existe uma quantidade considerável de tecido fibroso temporário (mesenquimal) disposto entre os ossos que estão se formando, de maneira a compor parte das articulações da calota craniana em desenvolvimento. Esse espaço composto por folhas membranáceas que popularmente são conhecidos como moleiras, é chamado cientificamente de fontículo ou fontanela e tem grande importância tanto para permitir o crescimento desses ossos e do encéfalo, quanto para a passagem do bebê pelo canal do parto durante o nascimento, já que garante uma maior mobilidade dos ossos e consequente compressão e redução do diâmetro do crânio. São 6 estruturas de 4 tipos que têm formatos, localizações e tempo de consolidação diferentes.

          São elas: 

  • 2 Ântero-laterais (Esfenoidal ou ptérica);

  • 2 Póstero-laterais (Mastoidea ou astérica);

  • Posterior (Lambdide);

  • Anterior (Bregmática).

       Além dessas questões elas também são importantes para amortecer choques e podem também ser utilizadas durante o exame físico para identificar o progresso do crescimento dos ossos frontal e parietais, grau de hidratação do recém-nascido, além do nível de pressão intracraniana.

A seguir uma representação do desenvolvimento da calota craniana:

         1.1.2. SINDESMOSES

       

        O tecido interposto é também o conjuntivo propriamente dito (fibroso), porém, em maior quantidade e não ocorre nos ossos do crânio. Na verdade, só se registra dois exemplos: sindesmose tíbio-fibular e sindesmose radio-ulnar, nos locais onde observamos as membranas interósseas que unem a tíbia e a fíbula na perna e o rádio e a ulna no antebraço, respectivamente. Recentemente, alguns anatomistas classificaram os ligamentos radioulnares anterior e posterior, que unem a ulna ao rádio distalmente, e tibiofibulares anterior e posterior, que unem a tíbia à fíbula distalmente, como sindesmoses.

VISTA ANTERIOR DO ANTEBRAÇO E MÃO
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VISTA ANTERIOR DA PERNA E PÉ
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      É uma articulação fibrosa especializada à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas. O colágeno do periodonto (lig. periodontal) une o cemento dentário ao osso alveolar. Alguns autores classificam as gonfoses como sindesmoses dento-alveolares, já que o lig. periodontal é formado por uma lâmina de tecido conjuntivo propriamente dito.

1.1.3. GONFOSES (SINDESMOSES DENTO-ALVEOLARES)

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VISTA LATERAL ESQUERDA DA MANDÍBULA
- CORTE SAGITAL -

 

         1.2.1. SINCONDROSES

             Muitas sincondroses são articulações temporárias contendo cartilagem hialina entre as partes que se articulam. Essa cartilagem muitas vezes vai sendo substituída por tecido ósseo, como acontece nos discos epifisários ou lâminas epifisais (cartilagem de crescimento). As articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens costais são sincondroses permanentes.

1.2. Articulações cartilaginosas

VISTA ANTERIOR DA EPÍFISE
PROXIMAL DO ÚMERO
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VISTA ANTERIOR DO ESQUELETO DO TRONCO
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         1.2.2. SÍNFISES

       

      As superfícies articulares dos ossos unidos por sínfises estão cobertas por uma camada de cartilagem fibrosa. Entre os ossos da articulação, há um disco fibrocartilaginoso, sendo essa a característica distintiva da sínfise. A articulação entre os ossos púbicos e a articulação entre os corpos vertebrais são exemplos de sínfises. Durante o desenvolvimento, as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana, mas essa articulação torna-se completamente ossificada na idade adulta.

VISTA ANTERIOR DO QUADRIL E PARTE DISTAL DA COLUNA VERTEBRAL
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1.3. Articulações sinoviais

         

            Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo.

  • Gínglimo ou Articulação em Dobradiça: as superfícies articulares permitem apenas movimentos de flexão-extensão. As articulações são mantidas por fortes ligamentos colaterais. Exemplos: artt. interfalângicas das mãos e pés, art. úmero-ulnar, art. femorotibial.

1.3.1. ARTICULAÇÕES MONOAXIAIS

VISTA MEDIAL DA PARTE LIVRE
DO MEMBRO SUPERIOR
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  • Trocoide ou Articulação em Pivô: quando o movimento é exclusivamente de rotação. A articulação é formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de um anel ou um anel sobre um pivô. Exemplos: art. rádio-ulnar proximal e atlanto-axial.

VISTA SUPERIOR DO OCCIPITAL
E PARTE DA COLUNA CERVICAL
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VISTA ANTERIOR DA REGIÃO
DO COTOVELO
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         1.3.2. ARTICULAÇÕES BIAXIAIS

            Quando uma articulação realiza movimentos em torno de dois eixos.

  • Articulação Condilar ou Elipsoidea: uma superfície articular ovoide ou condilar é recebida em uma cavidade elíptica de modo a permitir os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução, ou seja, todos os movimentos articulares, exceto rotação. Exemplo: art. radio-cárpica

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VISTA ANTERIOR DA REGIÃO
DO PUNHO
  • Articulação Selar: nessas articulações as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas (como um cavaleiro em sua sela). Permitem os mesmos movimentos das articulações condilares. Exemplo: carpometacárpica do polegar e alguns anatomistas consideram também a art. manúbrio-esternal.

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VISTA ANTERIOR DA REGIÃO
DO PUNHO

         

            Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três eixos.

  • Articulação Esferoidea: é uma forma de articulação na qual um dos ossos possui uma face articular em forma de esfera ("ou quase"). Exemplos: artt. coxofemoral (do quadril) e glenoumeral (do ombro).

         1.3.3. ARTICULAÇÕES TRIAXIAIS

VISTA ANTERIOR DA REGIÃO
DO QUADRIL
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VISTA ANTERIOR DA REGIÃO
DO OMBRO
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  • Existe ainda um outro tipo de articulação sinovial chamada ARTICULAÇÃO PLANA, que permite apenas movimentos de deslizamentos e, portanto, não acontecem em torno de eixos e sim, em várias direções. As faces articulares das partes que se articulam são planas. Exemplos: artt. dos processos articulares vertebrais e em algumas artt. do carpo e do tarso.

VISTA SUPERIOR DO PÉ
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         1.3.4. COMPONENTES COMUNS NAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

       Como visto anteriormente, as articulações sinoviais são as que possuem a maior mobilidade, apesar de algumas apresentarem pouca mobilidade, como pequenos deslizamentos, como as articulações planas. A capacidade ampla de movimentação dessas articulações é devido a presença de estruturas que facilitam o movimento entre as superfícies ósseas em contato. Por esse motivo, as articulações sinoviais são um pouco mais complexas e é necessário compreender quais são e quais as funções dos elementos que compõem uma articulação sinovial.

     Basicamente, uma articulação sinovial é formada por no mínimo duas superfícies ósseas, denominadas superfícies articulares, separadas por uma cavidade articular. Para que as superfícies articulares permaneçam em contato é necessária uma cápsula fibrosa que envolva a articulação, caso contrário, como não há nenhum tecido unindo as superfícies ósseas, essas se separariam. Para que o atrito entre as superfícies articulares não lesione os ossos, há um revestimento por cartilagem hialina, que é lisa e homogênea, denominada cartilagem articular. Adicionalmente, a cápsula fibrosa é revestida internamente pela membrana sinovial, cujas células produzem e secretam o líquido sinovial. Esse líquido, fluido e transparente, preenche a cavidade articular lubrificando a articulação e nutrindo a cartilagem articular. Quando o volume ou a viscosidade do líquido sinovial aumentam, a mobilidade da articulação é extremamente prejudicada.

     Existem elementos que estão presentes em algumas articulações sinoviais para melhorar sua estabilidade ou promover proteção adicional às estruturas articulares e, até mesmo, musculares. Os ligamentos são estruturas compostas de tecido conjuntivo denso modelado que se fixam ligando uma estrutura óssea a outra (às vezes, cartilagens), tanto dentro das articulações (intracapsulares; lig. cruzado posterior do joelho) como fora delas (extracapsulares; lig. colateral tibial do joelho). A maioria dos ligamentos reforçam a articulação impedindo movimentos excessivos, outros impedem ou reduzem o contato entre estruturas. Temos também estruturas fibrocartilagíneas que funcionam como coxins que absorvem impactos e permitem que as superfícies articulares se “encaixem” mais harmonicamente, como os meniscos e os discos articulares. Os meniscos têm forma de meia lua e estão presentes na articulação do joelho, inseridos nas faces articulares dos côndilos da tíbia. Os discos articulares são estruturas discoides e podem ser observados nas articulações temporomandibular, esternoclavicular e entre a cabeça da ulna e o carpo.

      Algumas superfícies articulares em forma de cavidades, como o acetábulo e a cavidade glenoidal, precisam que a área de contato seja aumentada, nesse caso, entram os lábios articulares, que envolvem as margens das cavidades aumentando seus diâmetros. Enfim temos as bolsas sinoviais, estruturas muito semelhantes às cápsulas articulares revestidas internamente por membrana sinovial, porém, em forma de um saco fechado. As bolsas sinoviais não são consideradas, por alguns autores como MOORE, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2017, como parte das articulações sinoviais, porém, são descritas como tal. Sua principal função é evitar ou amenizar o impacto e atrito entre estruturas adjacentes, principalmente, tendões (BORGES, 2019).

           

CORTE SAGITAL MEDIANO DO JOELHO
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VISTA ANTERIOR DO COTOVELO
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Articulações dos Membros Superiores

    No cíngulo do membro superior estão presentes as articulações esternoclavicular, acromioclavicular e do ombro. Elas são responsáveis por possibilitar movimentos importantes desse cíngulo, além de ajudar na fixação desse membro ao esqueleto axial.

Articulação esternoclavicular (EC)

        A articulação esternoclavicular é a única articulação entre o esqueleto axial e o apendicular superior. É responsável por fixar a margem esternal da clavícula ao manúbrio do esterno e a 1° cartilagem costal. Ela é do tipo sinovial selar, mas funciona como esferióidea, já que permite o movimento em vários eixos (multiaxial).

        A articulação EC apresenta uma cápsula articular circundante, que está fixada às margens das faces articulares, estruturas revestidas internamente pela membrana sinovial. A cápsula articular é reforçada anteriormente pelo ligamento esternoclavicular anterior, posteriormente pelo ligamento esternoclavicular posterior e superiormente pelo ligamento intercavicular. Esses ligamentos juntos fixam o disco articular, estrutura que absorve os choques das forças provenientes do membro superior. O ligamento costoclavicular é responsável por fixar a face inferior da extremidade esternal da clavícula à 1°costela e sua cartilagem costal.

        Articulação EC é bastante móvel, podendo ser movimentada nos sentidos superior, anterior e posterior. É vascularizada pelas artérias torácica interna e supraescapular e é inervada pelos ramso do nervo supraclavicular medial e do nervo para o músculo subclávio.

Articulação acromioclavicular (AC)

        A articulação acromioclavicular fixa o acrômio da escápula à extremidade acromial da clavícula. Ela é do tipo sinovial plana, apresenta um disco articular cuneiforme e imcompleto que separa as faces articulares, nas quais estão fixadas a membrana fibrosa da cápsula articular, revestida internamente pela membrana sinovial.

        Essa articulação é formada por dois ligamentos. O ligamento acromioclavicular, que liga o acrômio até a extremidade acromial da clavícula, fortalece a parte superior da articulação. Já o ligamento coracoclavicular, que liga o processo coracoide da escápula à clavícula, é formado por outros 2 ligamentos: o ligamento conoide, mais curto e medial, fixado na raiz do processo coracoide e no tubeérculo conoide; e o ligamento trapezoide, mais lateral, que se estende da face superior do processo coracoide até a linha trapezoide na face inferior da clavícula.

         Os nervos peitoral lateral e a axilar inervam a articulação AC, mas também pode ter a participação do nervo supraclavicular lateral cutâneo. A irrigação é feita pelas artérias supraescapular e toracoacromial.

Articulação do ombro

            A articulação do ombro é do tipo sinovial esferiodea e, por isso permite uma grande variedade de movimentos. Ela ajuda a fixar a cabeça do úmero á cavidade glenoidal da escápula. Contudo como essa cavidade é rasa em comparação ao tamanho da cabeça do úmero, além dos ligamentos da articulação do ombro e dos músculos do manguito rotador, é necessário aumentar sua profundidade através de uma estrutura fibrocartilagínea e anular, o lábio glenoidal.

      A cápsula articular circunda a articulação do ombro, fixando-se medialmente à margem da cavidade glenoidal e lateralmente ao colo anatômico do úmero. Na sua parte superior, ela recobre a fixação proximal da cabeça longa do músculo bíceps braquial. O tendão desse músculo atravessa a cápsula articular através da abertura presente entre os tubérculos do úmero. A outra abertura da cápsula serve para a comunicação entre a bolsa subtendínea do músculo subescapular (responsável por proteger o tendão desse músculo contra o atrito gerado quando ele passa entre a raiz do processo coracoide e o colo da escápula) e a cavidade sinovial da articulação. A outra bolsa presente na articulçao do ombro é a bolsa subacromial, a qual facilita a movimentação do tendão do músculo supraespinal, localizado entre o arco coracoacromial, o músculo deltoide, a cápsula articular do ombro e o tubérculo maior do úmero. Essas bolsas conseguem reduzir o atrito dos tendões dos músculos com suas respectivas áreas de contato por que apresentam líquido sinovial em seu interior.

        Os ligamentos glenoumerais se extendem do lábio glenoidal até o tubérculo do úmero, eles protegem a face anterior da cápsula articular. Os ligamentos coracoumerais vão do processo coracoide até o tubérculo maior do úmero, eles são responsáveis por proteger a face superior da cápsula articular. O ligamento transverso do úmero liga o tubérculo maior do úmero ao tubérculo menor, transformando o sulco intertubercular em uma estrutura semelhante a um canal, no qual passa o tendão do bíceps braquial. O ligamento coracoacromial se extende do processo coracoide até o acrômio e forma o arco coracoacromial, que é responsável por impedir o deslocamento superior da cabeça do úmero na cavidade glenoidal.

       A vascularização da articulação do ombro é feita pelas artérias circunflexas umerais anterior e posterior e ramos da artéria supraescapular. Já a inervação é feita pelos nervos supraescapular, axilar e peitoral lateral. Os movimentos dessa articulação são multiaxiais, já que, como dito anteriormente, ela é uma articulação do tipo esferoidea.

Articulação do Cotovelo

     A articulação do cotovelo é uma articulação sinovial. Sua complexidade é aumentada pela continuidade com a articulação radioulnar proximal. Ela inclui duas articulações: a articulação umeroulnar, entre a tróclea do úmero e a incisura troclear da ulna, e a articulação umerorradial, entre o capítulo do úmero e a cabeça do rádio. As articulações umeroulnar e umerorradial formam uma articulação predominantemente uniaxial que é uma das articulações mais congruentes e, por essa razão, mais estáveis no corpo. A estabilidade estática de tecidos moles da articulação é derivada da parte anterior da cápsula articular e dos ligamentos colaterais ulnar e radial.

       Membrana fibrosa da cápsula articular: A membrana fibrosa da cápsula articular é larga e fina anteriormente. Ela é fixada proximalmente à frente do epicôndilo medial e acima das fossas coronoidea e radial do úmero, e distalmente à margem do processo coronoide da ulna e no ligamento anular do rádio, e é contínua nos seus lados com os ligamentos colaterais ulnar e radial. Anteriormente ela recebe numerosas fibras do músculo braquial. Posteriormente a cápsula articular é fina e fixada ao úmero atrás do seu capítulo e próximo da margem lateral da tróclea, em toda margem da fossa do olécrano, menos em sua parte inferior, e ao dorso do epicôndilo medial do úmero. Inferomedialmente ela alcança as margens superior e lateral do olécrano e é contínua lateralmente com a cápsula da articulação radioulnar proximal profunda ao ligamento anular do rádio. Ela está relacionada posteriormente ao tendão do músculo tríceps braquial e ao músculo ancôneo.

       Ligamento colateral ulnar: É uma faixa triangular, consistindo em partes anterior espessa, posterior e inferior unidas por uma região fina. A parte anterior, mais forte e mais rígida, está fixada pelo seu ápice na frente do epicôndilo medial e pela sua larga base distal em um tubérculo proximal na margem medial do processo coronoide. A parte posterior, também triangular, está fixada abaixo, no dorso do epicôndilo medial e na margem medial do olécrano. Entre estas duas faixas, fibras intermediárias descem do epicôndilo medial para uma faixa inferior oblíqua, frequentemente fraca, entre o olécrano e o processo coronoide. Isto converte uma depressão, na margem medial da incisura troclear, em um forame, através do qual o coxim adiposo intracapsular é contínuo com gordura extracapsular, medial à articulação.

        Ligamento colateral radial: Está fixado abaixo, no epicôndilo lateral e no ligamento anular do rádio. Algumas das suas fibras posteriores cruzam o ligamento para a extremidade proximal da crista do músculo supinador da ulna. Ele se funde intimamente com as inserções dos músculos supinador e extensor radial curto do carpo. Ele é retesado durante a maior parte da amplitude de flexão.

        Membrana sinovial da cápsula articular: Estende-se a partir das margens articulares do úmero, reveste as fossas coronóidea, radial e do olécrano, a face medial plana da tróclea, a face profunda da cápsula articular e a parte inferior do ligamento anular do rádio. Projetando-se entre o rádio e a ulna, a partir de trás, há uma prega em forma de crescente, a qual divide parcialmente a articulação em partes umerorradial e umeroulnar. Irregularmente triangular, ela contém gordura extrassinovial. Entre a membrana fibrosa e a membrana sinovial da cápsula articular, há três outros coxins adiposos: o maior, na fossa do olécrano, é pressionado para dentro da fossa pelo músculo tríceps braquial durante a flexão; os outros dois, nas fossas coronoidea e radial, são pressionados para dentro pelo músculo braquial durante a extensão. Todos eles são ligeiramente desviados nos movimentos contrários. Uma bolsa pequena, a bolsa do olécrano, reside entre a cápsula da articulação do cotovelo e a inserção do tendão do músculo tríceps braquial. A pressão e o atrito podem levar à inflamação e ao aumento de volume desta bolsa.

Articulação radioulnar proximal (superior)

      A articulação radioulnar proximal é uma articulação uniaxial do tipo trocóidea. As superfícies articulares ocorrem entre a circunferência articular da cabeça do rádio e o anel ósseo-fibroso constituído pela incisura radial da ulna e o ligamento anular do rádio. A membrana fibrosa da cápsula articular é contínua com a da articulação do cotovelo e é fixada ao ligamento anular do rádio.

         Ligamento anular do rádio: é uma faixa forte, que circunda a cabeça do rádio, retendo-a contra a incisura radial da ulna. A margem proximal do ligamento anular do rádio se funde com a cápsula da articulação do cotovelo, exceto posteriormente, onde a cápsula passa profundamente ao ligamento para atingir as margens posterior e inferior da incisura radial. A partir da margem distal do ligamento do rádio, algumas fibras passam sobre membrana sinovial refletida para se inserirem frouxamente no colo do rádio. A face externa do ligamento anular do rádio se funde com o ligamento colateral do rádio e fornece uma inserção para parte do músculo supinador. Posterior a ele estão o músculo ancôneo e a artéria recorrente interóssea. Internamente o ligamento é finamente recoberto por cartilagem onde ele está em contato constante com a cabeça do rádio; distalmente, é coberto por membrana sinovial, refletida para cima sobre o colo do rádio.

      Ligamento quadrado: É um ligamento fino fibroso, estende-se entre o colo do rádio e a parte superior da fossa supinadora da ulna e cobre a membrana sinovial na face distal da articulação. Ele mantém tensão constante durante toda a pronação e supinação.

       Membrana sinovial: é contínua com a da articulação do cotovelo, de tal modo que a articulação radioulnar proximal e a articulação do cotovelo formam uma cavidade sinovial contínua. Ela está inserida nas margens articulares e linhas da cápsula articular e do ligamento anular do rádio. É impedida de se herniar entre as margens livres anterior e posterior do ligamento anular do rádio pelo ligamento quadrado.

Sindesmoses

         As diáfises do rádio e ulna são conectadas por sindesmoses – uma corda oblíqua e uma membrana interóssea. A corda oblíqua é uma pequena banda fascial plana inconstante sobre a cabeça do músculo supinador. Ele se estende desde a região lateral da tuberosidade da ulna ao rádio um pouco distal à sua tuberosidade. Suas fibras são perpendiculares àquelas na membrana interóssea. Seu significado funcional está em dúvida.

    A membrana interóssea é uma folha colágena larga, delgada. Suas fibras inclinam-se distomedialmente entre as margens interósseas radial e ulnar, e sua parte distal é fixada à divisão posterior da margem radial. Uma abertura oval perto da sua margem distal conduz os vasos interósseos anteriores para o dorso do antebraço, e os vasos interósseos posteriores passam através de um espaço entre a sua margem proximal e a corda oblíqua.

        A membrana proporciona inserção para os músculos profundos do antebraço e conecta o rádio e a ulna. Suas fibras parecem transmitir forças que atuam proximalmente a partir da mão para o rádio, daqui para a ulna e úmero. Entretanto, a mão geralmente está pronada quando submetida a estas forças, e a membrana está relaxada em pronação e supinação completas: a membrana interóssea só está tensa quando a mão está a meio caminho entre as posições prona e supina. Além disso, o rádio é capaz de transmitir forças substanciais diretamente ao úmero.

       Anteriormente, nos seus três quartos proximais, a membrana é relacionada lateralmente ao músculo flexor longo do polegar e medialmente ao flexor profundo dos dedos, e entre eles aos vasos e nervo interósseos anteriores. No seu quarto distal ela é relacionada com o músculo pronador quadrado. Suas relações posteriores são os músculos supinador, abdutor longo do polegar, extensores curto e longo do polegar e extensor do indicador e, próximo do carpo, a artéria interóssea anterior e o nervo interósseo posterior.

Articulação radiulnar distal 

         É sinovial e trocóidea. O rádio move-se ao redor da extremidade distal relativamente fixa da ulna.

  • FACES ARTICULARES: cabeça da ulna se articula com a incisura ulnar no rádio (face medial). A principal estrutura que une os dois ossos distalmente é um disco articular triangular e fibrocartilagíneo: ligamento triangular ou fibrocartilagem triangular. A base desse disco articular se fixa na margem medial da incisura ulnar do rádio, e o ápice na face lateral da base do processo estiloide da ulna. Já a face proximal, articula-se com a face distal da cabeça da ulna. O disco divide a concavidade da art. radiulnar distal da art. radiocarpal.

  • CÁPSULA DA ARTICULAÇÃO RADIULNAR DISTAL: revestida por uma membrana fibrosa que é deficiente na parte superior. Essa membrana sinovial estende-se superiormente entre o rádio e a ulna e forma o recesso saciforme da art. radiulnar distal que acomoda a torção da cápsula (isso ocorre quando a parte distal do rádio passa ao redor da extremidade distal fixa da ulna durante a pronação do antebraço.

  • LIGAMENTOS DA ARTICULAÇÃO RADIULNAR DISTAL: são dois ligamentos o anterior e o posterior que se estendem do rádio até a ulna. Eles reforçam a membrana fibrosa da cápsula da art. radiulnar distal.

  • MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO RADIULNAR DISTAL: Durante a pronação do antebraço e da mão, a extremidade distal do rádio move-se (gira) anterior e medialmente, cruzando sobre a ulna anteriormente, por esse motivo, a posição anatômica do antebraço é quando está em supinação para que o rádio e a ulna fiquem paralelos e não sobrepostos.

  • VASCULARIZAÇÃO DA ARTICULAÇÃO RADIULNAR DISTAL: artérias interósseas anterior e posterior irrigam a articulação radiulnar distal.

  • INERVAÇÃO DA ARTICULAÇÃO RADIULNAR DISTAL: nervos interósseos anterior e posterior suprem a articulação radiulnar distal.

Articulação Radiocarpal ou Punho

        É um tipo elipsóideo de articulação sinovial. Para localizar a art. observa-se a linha/prega proximal do punho (é formada pela linha imaginaria que une os processos estiloides do rádio e da ulna).

  • FACES ARTICULARES DA ARTICULAÇÃO RADIOCARPAL: Parte distal do rádio e o disco articular radiulnar fazem articulação com a fileira proximal dos ossos do carpo (a ulna não participa dessa articulação). O único osso da fileira carpal que não participa da articulação é o pisiforme, já que se localiza mais anteriormente. Ele atua como um sesamoide, ou seja, uma alavanca de força para o m. flexor ulnar do carpo (FUC).

  • CÁPSULA DA ARTICULAÇÃO RADIOCARPAL: Possui uma membrana fibrosa (reforçada por ligamentos) que envolve a articulação e se fixa às extremidades distais do rádio e da ulna e à fileira proximal de ossos carpais (escafoide, semilunar e piramidal). Além disso há uma membrana sinovial que reveste a face interna da membrana e se fixa às margens das faces articulares.

  • LIGAMENTOS DA ARTICULAÇÃO RADIOCARPAL: Reforçam a membrana fibrosa. Ligamentos radiocarpais palmares: do rádio até as duas fileiras de ossos carpais e usam sua força de direcionamento para que a mão se mova junto com o rádio na supinação do antebraço. Ligamentos radiocarpais dorsais se fixam ao processo estiloide da ulna e ao osso piramidal e são a versão dorsal dos anteriores, ou seja, direcionam a mão para afim de que ela acompanhe o rádio durante a pronação do antebraço. Ligamento colateral radial fixado ao processo estiloide do rádio e ao osso escafoide.

  • MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO RADIOCARPALOs movimentos são: flexão–extensão, abdução–adução (desvio radial–desvio ulnar) e circundução. O grau de flexão da mão sobre o antebraço é maior do que o grau de extensão; esses movimentos são iniciados por movimentos semelhantes na articulação mediocarpal entre as fileiras proximal e distal dos ossos carpais. A adução da mão é maior do que a abdução. A maior parte da adução ocorre na articulação radiocarpal. A abdução a partir da posição neutra ocorre na articulação mediocarpal. A circundução da mão é a sequência de flexão, adução, extensão e abdução.

  • MÚSCULOS QUE MOVIMENTAM A ARTICULAÇÃO RADIOCARPALO movimento no punho é produzido principalmente pelos Mm. localizados no antebraço, mas que possuem tendões que se estendem até o punho e se fixam às bases dos metacarpos. O músculo FUC o faz através do ligamento piso-hamato (se considerar o pisiforme como um sesamoide). Flexão da articulação radiocarpal: produzida pelos Mm. FRC e FUC, com ajuda dos Mm. flexores dos dedos e do polegar, palmar longo e ALP. Extensão da articulação radiocarpal: produzida pelos Mm. ERLC, ERCC e EUC, com ajuda dos Mm. extensores dos dedos e do polegar. Abdução da articulação radiocarpal: produzida pelos Mm. ALP, FRC, ERLC e ERCC (é limitada a cerca de 15° por conta da projeção do processo estiloide do rádio). Adução da articulação radiocarpal: produzida por contração simultânea dos Mm. EUC e FUC. Posição de repouso = Punho em leve extensão.

  • VASCULARIZAÇÃO DA ARTICULAÇÃO RADIOCARPAL: É irrigada pelos ramos dos arcos carpais dorsal e palmar.

  • INERVAÇÃO DA ARTICULAÇÃO RADIOCARPAL: A inervação deriva do ramo interósseo anterior do nervo mediano, do ramo interósseo posterior do nervo radial e dos ramos dorsal e profundo do nervo ulnar.

Articulações do Carpo ou Intercarpais

São articulações sinoviais planas:

  1. Articulações entre os ossos carpais da fileira proximal;

  2. Articulações entre os ossos carpais da fileira distal;

  3. A articulação mediocarpal uma art. complexa entre as fileiras proximal e distal;

  4. A articulação do pisiforme (osso pisiforme e a face palmar do osso piramidal).

  • CÁPSULA DAS ARTICULAÇÕES DO CARPO: Artt. Independentes: radiocarpal e carpometacarpal do polegar. Já para as artt. Intercarpais (circundada pela membrana fibrosa da cápsula articular -revestida pela membrana sinovial) e carpometacarpais é formado uma cavidade única.

  • LIGAMENTOS DAS ARTICULAÇÕES DO CARPO: São de três tipos: ligamentos anteriores, posteriores e interósseos.

  • MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES DO CARPO: A fileira proximal é mais móvel que a fileira distal. A maioria dos movimentos de flexão e adução ocorrem mais na art. radiocarpal. Já a extensão e a abdução ocorrem na art. mediocarpal. Para movimentos de deslizamento entre ossos carpais, são simultâneos aos movimentos da art. radiocarpal (isso aumenta a amplitude de movimento).

  • VASCULARIZAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DO CARPO: artérias derivadas dos arcos carpais dorsal e palmar.

  • INERVAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DO CARPO: supridas pelo ramo interósseo anterior do nervo mediano e pelos ramos dorsal e profundo do nervo ulna.

Articulações Carpometacarpais (CMC) e Intermetacarpais (IMC)

São sinoviais planas, com exceção da articulação CMC do polegar, que é selar.

  • FACES ARTICULARES DAS ARTICULAÇÕES CMC E IMC: A fileira distal dos carpos vão se articular com a parte proximal dos metacarpos, formando artt. CMC. A art. CMC do polegar está localizada entre o osso trapézio e a base do metacarpo I (com uma cavidade articular separada). Assim como os ossos carpais, os ossos metacarpais adjacentes também se articulam entre si, são as artt. IMC.

  • CÁPSULA DAS ARTICULAÇÕES CARPOMETACARPAIS E INTERMETACARPAIS: As quatro articulações CMC mediais e as três articulações IMC são envolvidas por uma cápsula articular comum nas faces palmar e dorsal. Uma membrana sinovial comum reveste a face interna da membrana fibrosa da cápsula articular, circundando uma cavidade articular comum. A membrana fibrosa da articulação CMC do polegar circunda a articulação e está fixada às margens das faces articulares. A membrana sinovial reveste a face interna da membrana fibrosa. A frouxidão da cápsula facilita o livre movimento da articulação do polegar.

  • LIGAMENTOS DAS ARTICULAÇÕES CMC E IMC: Ligamentos CMC; metacarpais palmares; metacarpais dorsais; metacarpais interósseos; metacarpais transversos superficiais e profundos; esses últimos, limitam o movimento das artt. CMC e IMC.

  • MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES CMC E IMC: A articulação CMC do polegar permite movimentos angulares em qualquer plano (flexão–extensão, abdução–adução ou circundução e, mais importante, o movimento essencial para posição do polegar) e um grau restrito de rotação axial. Todos os músculos hipotenares contribuem para a oposição. Durante a oposição do polegar e do dedo mínimo, 2/3 dos movimentos ocorrem nas artt. CMC do polegar e o outro terço nas artt. CMC e IMC do 4º e do 5º dedo, já que o as artt. CMC do 2º e 3º dedos quase não se movem.

  • VASCULARIZAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES CMC E IMC: São irrigadas por anastomoses arteriais periarticulares do punho e da mão (arcos carpais dorsal e palmar, arco palmar profundo e artérias metacarpais).

  • INERVAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES CMC E IMC: São inervadas pelo ramo interósseo anterior do nervo mediano, ramo interósseo posterior do nervo radial e ramos dorsal e profundo do nervo ulnar.

Articulações Metacarpofalângicas (MCF) e Interfalângicas (IF)

        MCF são sinoviais elipsóideas (flexão–extensão e adução–abdução). IF são sinoviais do tipo gínglimo (flexão-extensão).

  • FACES ARTICULARES DAS ARTICULAÇÕES MCF E IF: Os ossos metacarpais articulam-se com as bases das falanges proximais (Art. MFC) e as cabeças das falanges articulam-se com as bases das falanges adjacentes (Art. IF).

  • CÁPSULAS DAS ARTICULAÇÕES MCF E IF: Existem uma cápsula para cada articulação. Cada uma delas com uma membrana sinovial e uma membrana fibrosa (fixada às margens das artt.)

  • LIGAMENTOS DAS ARTICULAÇÕES MCF E IF: A membrana fibrosa de cada cápsula da articulação MCF e IF é fortalecida por dois ligamentos colaterais (medial e lateral). Esses ligamentos têm duas partes:

    • Partes “semelhantes a cordões” (mais densas/ vão diretamente das cabeças dos ossos metacarpais e falanges em direção distal até as bases das falanges);

    • Partes “semelhantes a leques” (mais finas/ percorrem sentido anterior para se fixarem aos ligamentos (lâminas) palmares -parte que forma a face palmar da cápsula articular).

    • Essas últimas permitem que os ligg. palmares deslizem-se sobre as cabeças do osso metacarpal ou falange subjacentes. As primeiras apresentam-se frouxas durante a extensão e tensas durante a flexão. Dessa forma, os dedos não podem ser abduzidos durante a flexão completa das artt. MCF.

    • As artt. interfalângicas têm ligg. correspondentes que não permitem adução nem abdução.

    • Os ligg. palmares se encontram fundidos às bainhas fibrosas dos dedos e dão origem à um sulco longitudinal aos tendões flexores longos deslizarem e permanecerem centralizados enquanto cruzam as artt. (os das 2ª a 5ª artt. MCF são unidos por ligg. metacarpais transversos profundos).

  • MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES MFC E IF: A flexão–extensão, abdução–adução e circundução do 2º ao 5º dedo ocorrem nas articulações MCF. Já no polegar, o movimento é limitado à flexão–extensão.

    • As artt. IF só permitem flexão-extensão.

  • VASCULARIZAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES MFC E IF: São irrigadas pelas As. digitais profundas (que advém dos arcos palmares superficiais).

  • INERVAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES MFC E IF: Inervadas pelos Nn. digitais advindos dos Nn. ulnar e mediano.

Articulações dos Membros Inferiores

Articulação coxofemoral

O quadril faz a conexão entre o cíngulo do membro inferior e o membro inferior livre através da articulação coxofemoral, uma articulação sinovial esferoidea entre a cabeça do fêmur e o acetábulo do osso do quadril, que garante estabilidade em sua grande amplitude de movimentos, uma vez que é a segunda mais móvel das articulações (perdendo apenas para o ombro), e transmite o peso dos ossos do quadril para os fêmures na posição de pé.

​       Componentes da Articulação coxofemoral

  • Cápsula articular: Possui uma camada fibrosa externa (cápsula fibrosa) e uma membrana sinovial interna. A cápsula fibrosa se fixa proximalmente ao acetábulo, na periferia de seu limbo (onde se fixa o lábio do acetábulo), e, distalmente, no colo do fêmur, na linha intertrocantérica. Suas fibras, em sua maioria, seguem um trajeto espiral do osso do quadril ao colo do fêmur, garantindo estabilidade na extensão ao espiralar os ligamentos, constringindo a cápsula e segurando a cabeça do fêmur no acetábulo, mas algumas seguem circularmente ao redor do colo, formando a chamada zona orbicular.

  • Lábio do acetábulo: É um anel fibrocartilaginoso que se fixa ao limbo do acetábulo, aumentando sua superfície articular para recepcionar a cabeça do fêmur. Ele continua como o ligamento transverso do acetábulo, transpondo a incisura do acetábulo.

  • Ligamento iliofemoral: Ligamento anterossuperior, possui forma de Y, fixando-se à espinha ilíaca anteroinferior e ao limbo do acetábulo proximalmente e à linha intertrocantérica distalmente. Ele impede a hiperextensão da articulação coxofemoral na posição ereta.

  • Ligamento pubofemoral: Ligamento anteroinferior, parte da crista obturatória do púbis para se unir à camada fibrosa da cápsula articular. Ele impede a abdução excessiva da articulação coxofemoral.

  • Ligamento isquiofemoral: Ligamento posterior, fixa-se na parte isquiática do limbo do acetábulo proximalmente e ao colo do fêmur, medial ao trocânter maior, distalmente. É o mais fraco dos 3 ligamentos.

Obs.: VOCÊ SABIA? Os principais músculos que movimentam a articulação coxofemoral são:

 

  • Flexão: M. iliopsoas

  • Extensão: M. glúteo máximo

  • Abdução: Mm. glúteos médio e mínimo

  • Adução: Mm. adutores, pectíneo e grácil

  • Rotação medial: Mm. glúteos médio e mínimo

  • Rotação lateral: Mm. profundos da região glútea

Articulações do joelho

       O joelho faz a conexão entre a coxa e a perna. O complexo articular do joelho funciona como uma articulação sinovial do tipo gínglimo, permitindo flexão e extensão. Ele é formado por 3 articulações:

  • Articulações tibiofemorais (medial e lateral): articulação entre os côndilos laterais e mediais do fêmur e da tíbia.

  • Articulação patelofemoral: articulação entre a patela e a face patelar do fêmur.

    Sua anatomia é marcada por faces articulares incongruentes (os côndilos do fêmur são arredondados, enquanto os côndilos da tíbia são planos), e esse encaixe imperfeito permite um deslizamento entre elas, o que ao mesmo tempo que pode promover um movimento de rotação no eixo vertical quando o joelho está fletido, torna-o relativamente instável do ponto de vista mecânico, dependendo da ação dos ligamentos e tendões da região.

         OBS.: A articulação tibiofibular proximal, uma articulação sinovial plana entre a cabeça da fíbula e o côndilo lateral da tíbia (unindo esses 2 ossos), NÃO faz parte do complexo articular do joelho, pois não faz ligação entre a coxa e a perna e realiza pouco ou nenhum movimento.

      Ligamentos extracapsulares do joelho

  • Ligamento patelar: Parte distal do tendão do m. quadríceps femoral, segue do ápice da patela até a tuberosidade da tíbia, na parte anterior do joelho, auxiliando na tração da perna no movimento de extensão do joelho. Recebe lateralmente os retináculos da patela (medial e lateral), expansões dos mm. vastos medial e lateral que mantêm a patela alinhada na face patelar do fêmur.

  • Ligamento colateral fibular: Estende-se do epicôndilo lateral do fêmur até a cabeça da fíbula, limitando o movimento de rotação lateral do joelho durante a flexão.

  • Ligamento colateral tibial: Estende-se do epicôndilo medial do fêmur até a parte superior da face medial da tíbia, limitando o movimento de rotação medial do joelho durante a flexão.

  • Ligamento poplíteo oblíquo: Expansão do tendão do m. semimembranáceo que reforça a cápsula articular posteriormente, ao seguir do côndilo medial da tíbia ao côndilo lateral do fêmur.

  • Ligamento poplíteo arqueado: Segue da cabeça da fíbula em direção superomedial sobre o tendão do m. poplíteo até o côndilo medial do fêmur, reforçando a cápsula articular posteriormente.

      Ligamentos intra-articulares do joelho

  • Ligamento cruzado anterior: Parte da área intercondilar anterior da tíbia e se fixa na parte posterior do côndilo lateral do fêmur, impedindo a hiperextensão do joelho.

  • Ligamento cruzado posterior: Parte da área intercondilar posterior da tíbia e se fixa na parte anterior do côndilo medial do fêmur, impedindo a hiperflexão do joelho.

  • Meniscos (medial e lateral): Lâminas de fibrocartilagem em formato de meia-lua que ficam sobre a face articular da tíbia, aprofundando a superfície e absorvendo o choque. Fixam-se à cápsula articular através dos ligamentos coronários e entre si pelo ligamento transverso do joelho.

Obs.: VOCÊ SABIA? Os principais músculos que movimentam o complexo articular do joelho são:

 

  • Flexão: Mm. bíceps femoral, semitendíneo, semimembranáceo

  • Extensão: M. quadríceps femoral

  • Rotação medial: Mm. semitendíneo e semimembranáceo

  • Rotação lateral: M. bíceps femoral

Articulação do tornozelo

      O tornozelo faz a conexão entre a perna e o pé através da articulação talocrural, uma articulação sinovial do tipo gínglimo, formada entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula (que criam um encaixe maleolar) e a tróclea do tálus entre elas. Os maléolos seguram firmemente o tálus enquanto ele gira no encaixe nos movimentos de dorsiflexão e flexão plantar.

    OBS.: A articulação tibiofibular distal, uma articulação fibrosa sindesmótica (que junto com a membrana interóssea forma a sindesmose tibiofibular) entre as extremidades inferiores da tíbia e da fíbula, NÃO faz parte do complexo articular do tornozelo, pois não faz ligação entre a perna e o pé e realiza pouco ou nenhum movimento. Seus fortes ligamentos tibiofibulares anterior e posterior, porém, tornam-na a principal conexão entre a tíbia e a fíbula, permitindo a formação do encaixe maleolar.

à Ligamentos da articulação talocrural:

  • Ligamento colateral lateral: Reforça a articulação lateralmente, impedindo luxações durante a inversão do pé. É composto por 3 ligamentos separados:

    • Ligamento talofibular anterior: estende-se do maléolo lateral ao colo do tálus.

    • Ligamento talofibular posterior: estende-se do maléolo lateral ao tubérculo lateral do tálus.

    • Ligamento calcaneofibular: estende-se do maléolo lateral à face lateral do calcâneo.

  • Ligamento colateral medial (ligamento deltoideo): Reforça a articulação medialmente, impedindo luxações durante a eversão do pé. Ele sai do maléolo medial e se abre em leque em 4 partes que se fixam ao tálus (partes tibiotalares anterior e posterior), ao calcâneo (parte tibiocalcânea) e ao navicular (parte tibionavicular).

Obs.: VOCÊ SABIA? Os principais músculos que movimentam a articulação talocrural são:

 

  • Flexão: M. tibial anterior

  • Extensão: Mm. gastrocnêmio e sóleo (tríceps sural)

Articulações do pé

1. Articulações intertarsais: Consistem nas articulações entre os ossos do tarso, responsáveis pelos movimentos de eversão e inversão do pé. As mais importantes e com maior movimento incluem:

  • Articulação talocalcânea: Art. sinovial plana formada entre as faces articulares posteriores do tálus e do calcâneo.

    • Ligamento talocalcâneo interósseo: Localizado dentro no seio tarsal, separa as articulações talocalcânea e talocalcaneonavicular.

  • Articulação talocalcaneonavicular: Art. sinovial composta de duas partes: a parte talocalcânea (plana), entre a cabeça do tálus e o calcâneo; e a parte talonavicular (esferoidea), entre a cabeça do tálus e o navicular – que junto com a art. calcaneocuboidea, forma a articulação transversa do tarso.

    • Ligamento talocalcaneonavicular dorsal: Liga os ossos da art. talocalcaneonavicular e a reforça no dorso do pé.

    • Ligamento calcaneonavicular plantar: Liga os ossos da art. talocalcaneonavicular e a reforça na planta do pé, sustentando a cabeça do tálus.

  • Articulação calcaneocuboidea: Art. sinovial plana entre a extremidade anterior do calcâneo e a face posterior do cuboide.

    • Ligamentos calcaneocuboideos (dorsal e plantar): Ligam os ossos da art. calcaneocuboidea, reforçando sua cápsula superior e inferiormente.

    • Ligamento plantar longo: Estende-se da face plantar do calcâneo até o sulco do cuboide, superficial ao lig. calcaneocuboideo plantar.

Obs.: VOCÊ SABIA? Os principais músculos que movimentam as articulações intertarsais são:

 

  • Eversão: Mm. fibulares longo e curto

  • Inversão: Mm. tibiais anterior e posterior

2. Articulações tarsometatarsais: Formadas entre os ossos tarsais anteriores e as bases dos metatarsos, têm pouco movimento. Os ligamentos tarsometatarsais dorsais, plantares e interósseos unem os ossos.

3. Articulações intermetatarsais: Formadas entre as bases dos metatarsos, têm pouco movimento individual. Os ligamentos metatarsais dorsais, plantares e interósseos unem os metatarsos laterais.

4. Articulações metatarsofalângicas: Articulações sinoviais elipsoideas entre as cabeças dos metatarsos e as bases das falanges proximais, fazendo os movimentos de flexão e extensão, abdução e adução dos dedos do pé. Os ligamentos colaterais sustentam a cápsula de cada lado, enquanto o ligamento plantar sustenta sua parte plantar.

5. Articulações interfalângicas: Articulações sinoviais do tipo gínglimo, entre as cabeças das falanges e as bases das falanges distais a elas, fazendo os movimentos de flexão e extensão dos dedos junto com as artt. metatarsofalângicas. Os ligamentos colaterais e os ligamentos plantares sustentam-nas.

ATENÇÃO! Como o pé é uma estrutura que recebe todo o peso do corpo, reproduzindo seu impacto no solo, é necessário que seus ossos e os ligamentos que os unem tenham uma certa flexibilidade. Dessa forma, eles ficam dispostos nos chamados arcos do pé, que formam curvaturas que distribuem o peso para absorver o choque e impulsionar o pé durante a marcha, a corrida e o salto.

  • Arco longitudinal do pé: É formado por duas partes (medial e lateral). Quatro camadas de tecido fibroso ajudam a contê-lo em sua posição, da região superficial para a profunda: aponeurose plantar, lig. plantar longo, lig. calcaneocuboideo plantar e lig. calcaneonavicular.

    • Arco longitudinal medial: Arco longitudinal mais alto e mais importante, é formado pelo calcâneo, tálus, navicular, cuneiformes e 3 metatarsos mediais.

    • Arco longitudinal lateral: Arco longitudinal mais plano, apoiando-se no solo na posição de pé, é formado pelo calcâneo, cuboide e 2 metatarsos laterais.

  • Arco transverso do pé: Segue de um lado a outro do lado do pé, usando os arcos longitudinais como pilares, é formado pelo cuboide, cuneiformes e bases dos metatarsos, e formato desses ossos unidos cria a curvatura do arco.

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