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         O esqueleto apendicular forma a estrutura óssea dos membros superiores e inferiores que são divididos em cíngulos e partes livres dos membros superiores e inferiores. Os cíngulos são as estruturas
responsáveis por ligar a parte livre dos membros ao esqueleto axial (BORGES, G; 2019).

ESQUELETO APENDICULAR SUPERIOR
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ESQUELETO APENDICULAR INFERIOR

1. Esqueleto Apendicular Superior

        O esqueleto apendicular superior é formado pela clavícula, escápula, úmero, rádio, ulna e ossos da mão (ossos do carpo, metacarpos e falanges), ele se articula ao esqueleto axial através da articulação esternoclavicular, a qual liga a extremidade esternal da clavícula ao manúbrio do esterno. O esqueleto apendicular superior pode ser dividido em duas partes funcionais: o cíngulo do membro superior e a parte livre do membro superior

       1.1. Cíngulo do Membro Superior

      A clavícula e a escápula juntas formam o cíngulo do membro superior, e são fixadas e movimentadas pelos músculos toracoapendiculares.

VISTA ANTERIOR DE PARTE DO TÓRAX
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1.1.1. Clavícula

       É o osso que une o esqueleto apendicular superior ao esqueleto axial, auxiliando a manter a parte livre do membro superior unida ao esqueleto axial. Além disso, seu movimento pode ajudar a aumentar a amplitude do movimento do membro superior e em casos de trauma pode transmitir os impactos para o esqueleto axial.

        A clavícula apresenta a forma de um “S” com duas extremidades, uma ligada ao esterno e outra ao acrômio da escápula. A extremidade esternal, localizada na parte medial, apresenta forma triangular e está ligada ao esterno pela articulação esternoclavicular. Já a extremidade acromial, localizada na parte lateral, é côncava na parte anterior e lisa no local em que se liga a articulação acromioclavicular. Sua face superior se encontra logo abaixo da pele e do músculo platisma, sendo assim lisa. Já a face inferior está ligada a 1ª costela por vários ligamentos fortes e, por isso, é áspera.

VISTA DA FACE SUPERIOR DA CLAVÍCULA
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VISTA DA FACE INFERIOR DA CLAVÍCULA

​1.1.2. Escápula

       A escápula é um osso plano a irregular, triangular, encontrado na parte posterolateral do tórax, tendo sua face anterior em contato com as costelas de 2 a 7. Sua face anterior (costal) possui formato côncavo, o que leva à formação da fossa subescapular. Já a face posterior é convexa e dividida por um acidente ósseo em forma de crista, a espinha da escápula. A parte superior à espinha forma a fossa supraespinal e a parte inferior, a fossa infraespinal. Juntas essas 3 fossas servem como local de fixação de importantes músculos do ombro. Na parte lateral a espinha, existe uma elevação, o acrômio, onde é formada a articulação acromioclavicular. O corpo da escápula consiste em uma região fina e triangular situada na parte superior e inferior da espinha.

        No local de articulação da cabeça do úmero com a escápula, localizado na parte súperolateral, existe uma pequena cavidade rasa e oval, a cavidade glenoidal. Acima da cavidade glenoidal está o processo coracoide, pequena elevação na direção anterolateral que se assemelha com a forma de um dedo curvado. Nele está fixado o ligamento coracoclavicular.

         Devido ao seu formato triangular, a escápula apresenta:

  • Margem medial: situada paralelamente aos processos transversos das vértebras torácicas, por isso também pode ser chamada de margem vertebral;

  • Margem lateral: segue até o ápice da axila (pode ser chamada também de margem axilar). Ela termina no ângulo lateral da escápula, o qual forma sua cabeça, parte mais larga desse osso;

  • Margem superior: é formada pela parte mais fina da escápula. Essa margem é a mais curta se comparada com as demais.

VISTA DA FACE POSTERIOR DA ESCÁPULA
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VISTA DA FACE ANTERIOR DA ESCÁPULA
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VISTA LATERAL DA ESCÁPULA
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       1.2. Parte Livre do Membro Superior

      A parte livre do membro superior é formada pelo braço, antebraço e mão. Essa parte do corpo no ser humano sofreu ampla modificação anatômica com a evolução de seres quadrúpedes para bípedes. Assim, o membro superior passou a ter funções mais complexas, possibilitando ações como segurar objetos, gesticular para demonstrar algo e até mesmo escrever.

1.2.1. Esqueleto do braço

Úmero

        O úmero é o maior e mais longo osso do membro superior e o único osso do braço. Sua parte proximal (epífise proximal) se articula com a escápula e sua parte distal (epífise distal) se articula com os ossos do antebraço, a ulna e o rádio. Na epífise proximal está a cabeça do úmero, parte esférica do osso que se articula com a cavidade glenoidal da escápula, ajudando a fixar a parte livre do membro superior ao seu cíngulo. Na cabeça podemos encontrar: o colo anatômico do úmero (sulco que a circunscreve e separa os tubérculos maior e menor), o tubérculo maior (proeminência óssea lateral) e o tubérculo menor (proeminência óssea anterior). Entre os tubérculos é formado o sulco intertubercular, por onde passa o tendão do m. bíceps braquial. O colo cirúrgico, inferiormente aos tubérculos, é o local em que a epífise proximal de se estreita e em que ocorrem mais fraturas nesse osso, e é envolvido pelas artérias circunflexas do úmero.

         O corpo do úmero é a região de maior comprimento do osso, nela podemos encontrar na região lateral a tuberosidade para o m. deltoide, local da fixação distal desse músculo, e o sulco do n. radial, por onde passam o nervo radial e a artéria braquial profunda. Na sua parte distal, o corpo começa a se alargar para formar as cristas supraepicondilares (lateral e medial) e os epicôndilos (lateral e medial) inferiormente.

         A epífise distal do úmero é formada por acidentes ósseos que facilitam sua articulação com os ossos do antebraço (rádio e ulna). Esses acidentes juntos constituem o côndilo do úmero, o qual apresenta duas faces articulares: o capítulo lateralmente, local de articulação com a cabeça do rádio, e a tróclea medialmente, local de articulação com a incisura troclear da ulna. Ainda na parte anterior, acima das duas faces articulares, estão presentes 2 depressões, a mais lateral é mais rasa e recebe a cabeça do rádio durante a flexão do antebraço, por isso é chamada de fossa radialJá a mais medial, é chamada de fossa coronoidea, pois recebe o processo coronoide da ulna durante a flexão do antebraço. A parte posterior apresenta apenas uma fossa, a fossa do olécrano, que recebe o olecrano da ulna na extensão total do cotovelo.

VISTA ANTERIOR DO ÚMERO
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VISTA ANTERIOR DA EPÍFISE DISTAL DO ÚMERO
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Estruturas que formam o côndilo do úmero
VISTA POSTERIOR DO ÚMERO
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VISTA ANTERIOR DA EPÍFISE PROXIMAL DO ÚMERO
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VISTA POSTERIOR DA EPÍFISE DISTAL DO ÚMERO
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1.2.2. Esqueleto do antebraço

       O antebraço é constituído pelo rádio e pela ulna, dois ossos paralelos. Além disso, ao considerar o cotovelo como parte do antebraço, então devemos considerar a epífise distal do úmero (osso pertencente ao braço) como parte da articulação do cotovelo e, portanto, parte da divisão funcional do antebraço.

ESQUELETO DO ANTEBRAÇO
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Rádio

         O rádio é um osso longo, mais lateral e mais curto que a ulna. Sua epífise proximal é formada pela cabeça, colo e tuberosidade do rádio. A cabeça do rádio é uma estrutura discoide, coberta por cartilagem articular, côncava em sua face superior, onde articula-se com o capítulo do úmero e lateralmente com a incisura radial da ulna.

         A diáfise ou corpo do rádio, ao contrário da ulna, aumenta de volume gradualmente em sentido distal. A extremidade (epífise) distal, mais larga, é praticamente um quadrilátero ao corte transversal. Sua face medial forma uma concavidade, a incisura ulnar, que acomoda a cabeça da ulna. Sua face lateral torna-se cada vez mais semelhante a uma crista, terminando distalmente no processo estiloide do rádio. Projetando-se dorsalmente, o tubérculo dorsal do rádio situa-se entre sulcos superficiais destinados à passagem dos tendões dos músculos do antebraço. O processo estiloide do rádio é maior do que o processo estiloide da ulna e estende-se mais distalmente.

         As diáfises do rádio e da ulna apresentam-se basicamente triangulares ao corte transversal na maior parte de suas extensões, com uma base arredondada voltada para a superfície e um ápice agudo direcionado profundamente. O ápice é formado por uma secção da margem interóssea aguda do rádio ou da ulna que se une à membrana interóssea do antebraço, que é fina e fibrosa. A maioria das fibras da membrana interóssea segue um trajeto oblíquo, passando inferiormente ao rádio enquanto se estende medialmente até a ulna. Assim, são posicionadas para transferir forças recebidas pelo rádio (através das mãos) para a ulna, que depois são transmitidas ao úmero.

VISTA MEDIAL (OU ULNAR)
DO RÁDIO
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* A face oculta posteriormente nessa imagem é a face lateral
VISTA ANTERIOR DO RÁDIO
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VISTA SUPERIOR DA CABEÇA DO RÁDIO
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VISTA INFERIOR DA FACE ARTICULAR CARPAL DO RÁDIO
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Ulna

      A ulna é um osso longo, mais medial e mais longo, se comparado ao rádio, e é responsável por garantir a estabilidade do antebraço. Sua epífise proximal articula-se com o úmero e com a cabeça do rádio, lateralmente e possui dois acidentes ósseos característicos: o olécrano e o processo coronoide, projeções proeminentes para articulação com o úmero em formato de uma chave inglesa. O olécrano se projeta posteriormente até a fossa do olécrano, na face posterior do úmero, enquanto o processo coronoide se projeta anteriormente para a fossa coronoide, acima da tróclea do úmero, em sua face anterior. Entre eles, surge um vão, chamado de incisura troclear, recoberta por cartilagem hialina, que irá abrigar a tróclea do úmero. A articulação entre a ulna e o úmero permite apenas a flexão e a extensão da articulação do cotovelo, embora haja um pequeno grau de abdução–adução durante a pronação e a supinação do antebraço. Inferiormente ao processo coronoide está a tuberosidade da ulna para fixação do tendão do músculo braquial.

         Na face lateral do processo coronoide há uma concavidade lisa e arredondada, a incisura radial, que recebe a parte periférica larga da cabeça do rádio, a circunferência articular. A diáfise da ulna é espessa e cilíndrica na região proximal; mas afila-se, diminuindo de diâmetro, em sentido distal. Na extremidade distal da ulna há um alargamento pequeno, mas abrupto, a cabeça da ulna, que se assemelha a um disco, com um pequeno processo estiloide cônico. A ulna não chega até a articulação radiocarpal e, portanto, não participa dela.

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VISTA LATERAL (OU RADIAL)
DA ULNA
VISTA MEDIAL DA ULNA
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1.2.3. Esqueleto da mão

         A mão é dividida em carpo, metacarpo e dedos. 

VISTA PALMAR DA MÃO
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OSSOS DO CARPO
OSSOS METACARPAIS E FALANGES

Carpo

        O carpo (ou punho) é formado por oito ossos carpais dispostos em duas fileiras, proximal e distal, com quatro ossos cada. Afim de ampliar o movimento dessa articulação, as duas fileiras de ossos carpais deslizam uma sobre a outra; além disso, cada osso desliza sobre aqueles adjacentes a ele.


        De lateral para medial tem-se, na FILEIRA PROXIMAL os ossos:

  • Escafoide: osso em forma de barco. Se articula na porção proximal com o rádio (tem um tubérculo escafoide proeminente). Maior osso dessa fileira.

  • Semilunar: osso em forma de lua entre os ossos escafoide e piramidal; articula-se com o rádio na parte proximal e é mais largo na parte anteriormente que posteriormente.

  • Piramidal: tem forma de pirâmide na face medial do carpo; articula-se na porção proximal com o disco articular da articulação radioulnar distal.

  • Pisiforme: menor osso da fileira; arredondado; situado na face palmar do osso piramidal.

        De lateral para a medial, os 4 ossos da FILEIRA DISTAL são:

  • Trapézio: um osso com quatro faces; articula-se com os ossos metacarpais I e II, escafoide (proximal ao punho) e trapezoide.

  • Trapezoide: bem parecido com osso trapézio; articula-se com o metacarpal II, trapézio, capitato (medialmente) e escafoide (proximal ao punho).

  • Capitato: tem forma de cabeça e com extremidade arredondada; maior osso carpal; articula-se principalmente com o metacarpal III e com os ossos trapezoide (lateralmente), escafoide (proximalmente), semilunar e hamato

  • Hamato: região medial da mão; articula-se com os metacarpais IV e V, capitato (lateralmente) e piramidal (proximalmente ao punho); tem um processo como um gancho -hâmulo do osso hamato-, que se estende para anterior.

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VISTA PALMAR DA MÃO
Fileira proximal
Fileira distal
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VISTA PROXIMAL DO CARPO

Metacarpo e Falanges

        Os ossos metacarpais são um conjunto de 5 ossos longos numerados de 1 a 5 (de lateral para medial) que formam a maior parte do esqueleto palmar e dorsal da mão e articulam proximalmente com o carpo (artt. carpometacarpais) e distalmente com as falanges (artt. metacarpofalângicas) correspondentes. Cada um deles tem base (proximal), corpo e cabeça (distal). O 1º metacarpo se articula com o polegar e é mais largo e curto, já o 3º possui um processo estiloide na face lateral da base.

     Os seres humanos possuem 5 dedos nas mãos. Os quatro dedos mediais (dedos II a V) possuem três falanges, sendo as proximais, maiores e as distais, menores, e entre elas temos a falange média. O polegar (dedo I) possui apenas duas falanges. Apesar de pequenas, as falanges são classificadas como ossos longos e, assim como o metacarpais, possuem base, corpo e cabeça, exceto as falanges distais, que não possuem cabeças e sim terminam achatando-se e expandindo-se sob os leitos ungueais formando as tuberosidades das falanges distais.

OSSIFICAÇÃO DOS OSSOS DA MÃO

        As radiografias do punho e da mão são usadas com frequência para avaliar a idade óssea. Os centros de ossificação geralmente são evidentes durante o 1º ano, podendo surgir antes do nascimento. Os centros dos ossos capitato e hamato são os primeiros a surgir.
        O corpo de cada metacarpal começa a se ossificar durante a vida fetal, e os centros de ossificação surgem após o nascimento nas cabeças dos quatro ossos metacarpais mediais e na base do metacarpal I, até os 11 anos de idade.

Referências
  1. MOORE, K L.; DALLEY, A F.; AGUR, A M. R. Anatomia Orientada para a Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

  2. BORGES, G. Anatomia e Fisiologia Humanas. 1 ed. IESDE: Curitiba, 2019.

  3. NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.

  4. TORTORA, G J.; NIELSEN, M T. Princípios de Anatomia Humana. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

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