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    Denominamos de sistema muscular, o conjunto de músculos voluntariamente controlados, ou seja, o conjunto de músculos esqueléticos. A função da maioria dos músculos esqueléticos é produzir os movimentos do esqueleto. Alguns músculos atuam basicamente para estabilizar os ossos (músculos fixadores), de modo que outros músculos esqueléticos conseguem executar um movimento (músculos agonistas - os principais do movimento - e músculos sinergistas - que auxiliam os músculos agonistas) com mais efetividade. Além disso, para que o movimento aconteça de forma harmônica e eficiente, os músculos que se opõem ao movimento (músculos antagonistas) precisam relaxar.

   Nessa página vamos descrever vários músculos esqueléticos, portanto, vamos iniciar nosso estudo pelas características gerais dos músculos esqueléticos para que possamos compreender a organização, função e nomenclatura dessas musculaturas.

2. Características Gerais dos Músculos Esqueléticos

   Os tendões são estruturas de tecido conjuntivo em forma de cordão ou fita e que, geralmente, fixam ao esqueleto a parte carnosa do músculo, denominada ventre muscular. Determinados músculos possuem forma de leque e seus tendões acompanham esse formato e se apresentam sob a forma de lâmina ou faixa, sendo denominados, então, de aponeurose.

     Os músculos esqueléticos que produzem movimentos o fazem exercendo força sobre os tendões e aponeuroses, que, por sua vez, tracionam os ossos ou outras estruturas (como a pele). A maioria dos músculos cruza pelo menos uma articulação e está, em geral, fixado aos ossos que formam a articulação. Quando um músculo esquelético se contrai, traciona os ossos da articulação e, geralmente, um se move em direção ao outro.

    A fixação do tendão de um músculo ao osso que não se move (ponto fixo) durante o movimento é denominada origem; a fixação do outro tendão do músculo a um osso móvel (ponto móvel) é denominada de inserção. Entretanto, existem momentos em que esse conceito pode mudar e a origem de um músculo se tornar a inserção e vice-versa. Isso acontece devido a ação muscular reversa. Durante movimentos específicos do corpo as ações são revertidas e, consequentemente, as posições da origem e inserção de um músculo específico são alteradas. CUIDADO, não confunda!!! Não são os tendões que mudaram de posição, mas a ação muscular. Por exemplo, veja no vídeo a seguir a explicação.
 

AÇÃO MUSCULAR REVERSA - O VÍDEO AINDA SERÁ PRODUZIDO...
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MÚSCULOS - ORIGEM E INSERÇÃO -
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MÚSCULOS - ORIGEM E INSERÇÃO -

      É importante compreender que vários músculos atuam em mais de uma articulação e, portanto, possuem ações mais complexas. Por exemplo, o m. bíceps braquial possui ação de flexionar a articulação do cotovelo, já que a atravessa anteriormente, porém, atua também na articulação do ombro onde suas duas origens a atravessam.

         2.1. ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

       Microscopicamente, cada fibra muscular, além de sua membrana plasmática (sarcolema), está envolvida por um fino envoltório de tecido conjuntivo, em sua grande parte de fibras reticulares, denominado endomísio. Esse tecido ajuda a manter as fibras musculares juntas, embora permita que as fibras se movam livremente umas sobre as outras. Vasos sanguíneos que suprem as fibras com nutrientes passam por essa região. Em uma vista mais macroscópica, as fibras musculares formam conjuntos em feixes envolvidos em uma camada espessa de tecido conjuntivo. Esse feixe de fibras musculares é um fascículo, e sua cobertura de tecido conjuntivo denso não modelado é denominada perimísio

    O perimísio também permite um certo grau de liberdade de movimento entre os fascículos adjacentes e conduz vasos sanguíneos. Em torno da periferia do músculo encontra-se um revestimento relativamente mais espesso de tecido conjuntivo denso não modelado denominado epimísio, que une todos os fascículos para formar o ventre muscular. Embora cada camada de tecido conjuntivo possua três nomenclaturas diferentes, na realidade formam uma rede interconectada contínua. Por último, os diversos tipos de músculos esqueléticos no corpo são também agrupados e protegidos por camadas de tecido conjuntivo denso não modelado, denominadas fáscias.

ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS

   Os nervos tipicamente entram no músculo junto com os vasos sanguíneos principais do músculo como uma unidade, denominada feixe vasculonervoso. Esses feixes vasculonervosos penetram no ventre do músculo, próximo ao tendão de origem distribuindo-se via canais de tecido conjuntivo formados, inicialmente, nos septos musculares, locais em que o epimísio aprofunda entre os ventres musculares separando-os em grupos. As fibras motoras iniciam a função contrátil das células musculares, enquanto as fibras sensitivas fornecem o feedback para o sistema nervoso regular a função motora. Os neurônios que estimulam a contração das fibras do músculo esquelético são denominados neurônios motores somáticos ou motoneurônios alfa.

        2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS DE ACORDO COM O ARRANJO DOS FASCÍCULOS

      Nos fascículos todas as fibras musculares se dispõem paralelamente umas às outras. Os fascículos, no entanto, podem formar um de cinco padrões com relação aos tendões: paralelos, fusiformes, circulares, triangulares ou peniformes.

PARALELO
FUSIFORME
CIRCULAR
TRIANGULAR
TRIANGULAR
PENIFORME

        2.3. COMO OS MÚSCULOS SÃO DENOMINADOS?

        Nos últimos anos, os termos anatômicos antigos e epônimos estão sendo substituídos por termos que descrevem as estruturas observadas. Dessa maneira, a anatomia se torna uma ciência realmente descritiva e a aprendizagem torna-se mais significativa, uma vez, que os termos passam a ter um significado real que pode nos mostrar o formato da estrutura ou sua localização ou sua fixação, etc. Com a nomenclatura dos músculos esqueléticos não é diferente e alguns critérios são utilizados para descrevê-los. Portanto, sempre que for estudar anatomia, lembrem-se de compreender a nomenclatura... visualize as dicas que ela fornece... dessa maneira você nunca vai precisar "decorar" termos e a consolidação do conhecimento vai acontecer de forma mais eficiente!!!

Critérios para Denominação dos Músculos Esqueléticos

            Tabela retirada de TORTORA e NIELSEN, 2013.

Referências
  1. MOORE, K L.; DALLEY, A F.; AGUR, A M. R. Anatomia Orientada para a Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

  2. BORGES, G. Anatomia e Fisiologia Humanas. 1 ed. IESDE: Curitiba, 2019.

  3. NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.

  4. TORTORA, G J.; NIELSEN, M T. Princípios de Anatomia Humana. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

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